domingo, 29 de agosto de 2010
Ìrókò
ÌRÓKÒ
Nome científico: Ficus doliaria M. art., Moraceae
Elemento que rege: fogo/masculino
É considerada uma árvore sagrada dentro dos cultos Nagô e é cultuada também por ser moradia d o Orixá de mesmo nome. Tem características muito próximas de Xangô e suas folhas são usadas em banhos e obrigações para este Orixá. É atribuída também a Oxalá, pois no oriki onde aparece relacionada aos orixás da criação ela é reverenciada como "Ìrókò! Oluwéré, Ògìyán Èlèijù", que pode ser livremente traduzido como: Ìrókò, arvore proeminente entre todas as outras, o Òrìsà-funfun (Ògìyán) da âmago da floresta.
Suas folhas são consideradas quentes por alguns e frias por outros, pois em certas cantigas e rezas de Sassanha a ela é atribuído poder calmante. Tem poderes de cura e deve ser colhida em certas horas do dia, pois senão sua energia poder fazer efeito contrário. Dizem que folhas de Ìrókò sob o travesseiro de um doente tem poderes de espantar a morte.
Neste primeiro post deste blog eu resolvi falar sobre uma árvore que tem grandes poderes, que pode atender a quase todos os pedidos e recebe quase todo o ebò que aos pés dela se deposita. Esta foto é de um pé de Ìrókò que temos na mata próximo ao barracão de meu Pai.
Em nossa casa não tínhamos uma gameleira perto e sempre fazíamos as oferendas em árvores frondosas. Logo em minhas primeiras atribuições como babalossaiyn eu tive grandes dificuldades em lidar com isso. Mas em uma obrigação de ano em minha casa, de uma filha de Xangô, ao conversar com meu Ossaiyn e fazer as devidas oferendas antes de me adentrar no mato para levar as comidas do Orixá para ser devidamente entregue, tive uma intuição de seguir por um caminho oposto ao comumente adotado. Não sou muito adepto dessa coisas, pois tenho muito receio de me encontrar com pessoas indesejadas no caminho. Mas neste dia algo me falava que eu devia me "aventurar" um pouco. Eis que em poucos metros de minha casa eu me deparo com uma enorme copa de árvore, vista de frente, mas que ao me aproximar, havia uma descida e que se tratava de uma árvore muito alta, pois do ponto de vista do barracão ela parecia uma árvore de porte médio. Assim que me aproximei do seu tronco tive arrepios e senti a presença de muitos de meus Orixás. ao abaixar para fazer as oferendas pude notar que as folhas caída no chão eram de um genuíno Ìrókò. Meu orixá quase virou ali mesmo!
Foi uma das melhores experiências de minha vida no Orixá.
Esta pequena história é mais um incentivo pra começar a relatar coisas, falar da vida dentro de uma casa de culto de Orixás, de trocar informações, promover encontros e discussões a respeito desta cultura e destra religião.
mande sua história e troque idéias aqui!
"KOSÍ EWÉ, KOSÍ ÒRÌSÁ!"
a benção a todos.
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Olá Renato, motumbá, que blog lindo, gostei muito.
ResponderExcluirE a respeito deste artigo o que tenho a comentar que é nossos òrísá são maravilhosos, que como eles respondem, e o quanto é importanto todos os ritos, acentuao o paragráfo no qual vc relata que fez as rezas e oferendas à òsàè, e que ele se fez presente em sua intuição. Isso prova que nossos òrísá são vivos e presentes, e agora me lembro de um vídeo do Pai Agenor Miranda ( 5 minuitos com pai Agenor ), no qual ele fala sobre a fé, candomblé, é lindo.
Parabéns pelo artigo, e em setembro terei uma saída de Ògìyán em minha casa, ficaria feliz com sua presença.
um forte abraço e que Ògìyán lhe cubra de vitórias.
Mukuiu!
ResponderExcluirA fé que tenho se compara à grandiosidade e importância de Mikisi na minha vida!
Estou adorando ver este espaço e, pode ter certeza, virei sempre.
Que Nzambi nos cubra de bênçãos.
Auêto!
Bênção!
Nzungule dia Nzambi!